C S N - Resultado no 3ª trimestre/2015
Endividamento em seu maior nível; mercado fraco pressiona vendas.
13.11. 2015
Os resultados da CSN têm sido pressionados pelo fraco mercado siderúrgico, principalmente, e, no 3T15, a situação não foi diferente. O resultado não apenas foi puxado pra baixo devido à economia doméstica mais fraca com menor consumo de aço, mas também impactado pela queda de preços devido ao excesso de oferta na China.
Adicionalmente, a alavancagem alcançou níveis recordes, representando 6,6x de Dívida Líquida/EBITDA. No lado positivo, o custo caixa CFR na China da Casa de Pedra chegou a USD 35,4/wmt (-9% T/T) como resultado de investimentos em melhorias no processo de beneficiamento e sinergias.
Aço: sem melhorias, até o momento.
Com a indústria automobilística padecendo para se recuperar e o mercado de construção em desaceleração, o consumo de aço caiu, refletindo o momento adverso que a economia vem passando. Consequentemente, os volumes vendidos no mercado interno caíram 9,5% no 3T15, comparado ao trimestre anterior.
Embora as vendas para o mercado internacional tenham se mantido estáveis (+0,6% T/T) e as receitas tenham sido beneficiadas pela valorização do dólar, subindo 16,3% no período, isso não foi o suficiente para impulsionar a receita no segmento, que decresceu 1,0% T/T, para BRL 2,7 bilhões. Além disso, um aumento de 20,3% T/T nas despesas operacionais pressionou o EBITDA, que foi reportado em BRL 386 milhões (22,8% abaixo do 2T15).
Mineração: custos mais baixos, mas exportações em alta.
A produção no segmento de mineração subiu 17% T/T para 7,94 milhões de toneladas, das quais 7,46 milhões vieram da Casa de Pedra. O volume vendido subiu 27%, para 7,6 milhões de toneladas, parcialmente compensando o efeito negativo vindo da queda de 6% no preço médio Platts do minério de ferro (para USD 54,90/dmt). Desta maneira, as receitas ficaram em BRL 942 milhões, aumentando em 38% T/T, ajudada pela receita FOB estável em USD 38/t.
Juntamente com um custo caixa mais baixo para China referente à Casa de Pedra, o EBITDA alcançou BRL 395 milhões, um acréscimo de 74% comparado ao trimestre anterior.
Resultados operacionais e endividamento.
A variação cambial mais uma vez impactou o resultado financeiro, que veio negativo em BRL 779 milhões. O resultado positivo das receitas financeiras (BRL 253 milhões) foi engolido por juros de empréstimos mais altos e variação cambial (BRL 1.304 milhões).
Sendo assim, a companhia reportou um prejuízo líquido de BRL 533 milhões. No que tange o endividamento da empresa, a CSN fechou o trimestre com uma dívida bruta de BRL 35 bilhões e um índice Dívida Líquida/EBITDA de 6,6x (ante 5,6x no 2T15).
Outlook.
Depois de concluída a rolagem da dívida com BB e Caixa, a CSN conseguiu amenizar a pressão sobre seu fluxo de caixa para 2016. Apesar disso, os propulsores do setor de aço no Brasil e a desaceleração do negócio de mineração continuarão a infligir pressão nos próximos resultados da companhia, confirmando a necessidade de direcionar esforços para o programa de desinvestimento no curto prazo.
Adicionalmente, as medidas recém-anunciadas pela companhia no que diz respeito à corte de custos e ganho de eficiência serão acompanhados de perto visando à reversão de nossa visão negativa para com a empresa num futuro próximo.
Sendo assim, mantivemos nosso preço-alvo para CSNA3 em BRL 5,00 para o fim de 2016, com recomendação Market Perform.
Confira no anexo a íntegra do relatório do desempenho da CSN no 3º trimestre/2015, elaborado por VICTOR PENNA, CNPI Analista Chefe, e GABRIELA CORTEZ, CNPI Analista Sênior, ambos do BB INVESTIMENTOS